Vitor Soares
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 16:20h.
No cenário atual, onde equipes são cada vez mais diversas e os desafios mudam rapidamente, a liderança situacional se destaca como um dos modelos mais eficazes de gestão. O líder situacional é aquele que entende que não existe um único estilo capaz de atender a todas as situações: ele adapta sua abordagem de acordo com o nível de maturidade, competência e motivação da equipe.
Essa flexibilidade garante melhores resultados, engajamento dos colaboradores e uma gestão mais humana e estratégica. Mas afinal, o que caracteriza esse modelo e como aplicá-lo no dia a dia da liderança?
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Em linhas gerais, a liderança situacional é uma noção de gestão que entende não existir uma única maneira correta de ser líder.
A teoria da liderança situacional foi criada por Paul Hersey e Ken Blanchard, nos anos 1960, como resposta à necessidade de um modelo mais adaptável de gestão. O conceito parte da premissa de que não existe um estilo único de liderança eficaz em todas as circunstâncias.
Assim, liderar é saber agir com subordinados distintos de maneira também distinta.
Isso não quer dizer, é claro, que o líder vai precisar criar mil e uma regras de conduta, gravar todas elas na memória como um robô e então aplicá-las.
Existe um truque que associa a conduta mutável a quatro níveis de maturidade.
A liderança situacional se relaciona, portanto, com o nível de maturidade dos subordinados.
Para que ela funcione, é necessário que o líder entenda qual o nível de experiência e conhecimento de cada liderado na hora de delegar tarefas, apoiá-los, treiná-los ou simplesmente direcioná-los.
Segundo a teoria da liderança situacional, é preciso agir diferente de acordo com cada um dos níveis. Entenda cada um deles a seguir:
M1: O subordinado ainda não tem conhecimento nem habilidades ou ferramentas para executar tarefas de forma autônoma. É capaz que, nessa fase, ele mal consiga entender as motivações que envolvem fazer algo ou não e, por isso, podem se sentir pouco motivados.
M2: Nesse nível, os liderados já possuem algum nível de experiência e conhecimento e, por essa razão, sentem-se motivados para atuar na direção da autonomia. Mas, por estarem no meio do processo de amadurecimento, ainda precisam de apoio para garantir que tudo saia direito.
M3: Aqui, os profissionais já possuem conhecimento e habilidades para realizar tudo de forma autônoma, mas não se sentem motivados ou dispostos a assumir responsabilidades que, em algum nível, podem se relacionar com a liderança.
M4: No último nível, os profissionais desenvolveram habilidades, conhecimento e motivação compreensiva sobre o trabalho. Desse modo, conseguem realizar tudo a partir de um direcionamento inicial.
Para cada um dos níveis de maturidade, há um comportamento correto quando falamos em liderança situacional. Por essa razão, os estudiosos que criaram essa teoria propuseram um mapa, conhecido como o modelo de Hersey-Blanchard, que ajuda nessa tarefa.
Veja abaixo:
Segundo o modelo, a atuação do líder seria da seguinte maneira:
Ou seja: quanto menos maduro é o liderado, mais será necessário apoiá-lo nas tarefas, mas, no caso do direcionamento, o comportamento do líder deve mudar ao longo da jornada dos seus subordinados.
Um líder situacional não segue um padrão só. Ele ajusta sua forma de agir e delegar responsabilidades conforme a evolução da equipe e os desafios enfrentados.
Saber lidar com emoções próprias e alheias é fundamental. O líder precisa reconhecer quando a equipe necessita de motivação, apoio ou direcionamento mais firme.
Clareza e transparência são pilares. A comunicação deve ser ajustada ao nível de compreensão e experiência dos liderados.
O líder situacional equilibra entre dar suporte e dar autonomia, oferecendo o que a equipe precisa em cada etapa de sua evolução.
Estilo focado em dar instruções claras e acompanhamento próximo. Ideal para colaboradores iniciantes ou que ainda não possuem autonomia.
Aqui, o líder ainda direciona, mas investe mais em explicações e motivação. É indicado para quem já tem algum conhecimento, mas precisa de incentivo e orientação contínua.
Nesse estágio, o líder divide a tomada de decisão com o colaborador, estimulando a participação e fortalecendo a confiança.
É aplicado quando o colaborador já possui alta competência e autonomia. O líder acompanha à distância, confiando plenamente na execução.
A análise envolve observar habilidades técnicas, conhecimento e motivação de cada membro da equipe.
Além do perfil do colaborador, é preciso considerar prazos, metas estratégicas e complexidade das tarefas antes de definir o estilo de liderança mais adequado.
Ao sentir que o líder entende suas necessidades, o colaborador se engaja mais e vê propósito no trabalho.
Cada pessoa recebe o nível de apoio certo para executar suas funções, evitando desperdício de tempo e recursos.
Ao longo do tempo, o modelo estimula o crescimento dos colaboradores, preparando-os para assumir maiores responsabilidades.
Avalie constantemente o nível de competência e motivação da equipe para ajustar sua abordagem.
Não se prenda a um padrão fixo: o segredo é alternar entre direção, orientação, apoio e delegação.
Ouvir com atenção e transmitir mensagens claras são fatores que fortalecem a confiança e reduzem ruídos.
Promova a evolução da equipe com capacitações contínuas e feedbacks construtivos.
O líder situacional é aquele que combina inteligência emocional, comunicação clara e flexibilidade para conduzir sua equipe rumo a resultados consistentes.
Em um mundo de transformações rápidas, adotar a liderança situacional é garantir uma gestão adaptativa, eficaz e centrada no desenvolvimento humano.
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